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“Felicidade é algo muito subjetivo. O que te faz feliz, não necessariamente, se aplica aos demais. Muitas mulheres lutam por seus direitos, mas esquecem dos direitos das outras em situações de luta diferentes da sua. Aquela que busca ser respeitada por sua escolha de parto (entre Cesária ou parto normal), critica aquela que não amamenta, que, por consequência, debocha da forma como a vizinha se veste que, por sua vez, critica a liberdade de escolha sexual da outra.  As mulheres precisam se unir. Não! Não é se unir “contra os homens”. 

 

Texto por Fabiana Grady -  Agosto de 2020

Projeto Mulheres Comunicativa Rio - Rio de Janeiro - BR.

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O papel da mulher na sociedade moderna

 

Primeiramente, antes de adentrar o tema proposto, gostaria de agradecer o convite da agência Comunicativa Rio para escrever um texto sobre os desafios e lutas da mulher no cotidiano, trazendo um pouquinho da minha realidade.

 

Meu nome é Fabiana Grady, sou mãe de duas crianças (o mais velho de 5 anos e a mais nova de 1 ano e meio), advogada e atualmente empreendedora. Uma vida corrida e multitarefas como a maioria de nós. Sou casada com um americano e, após alguns anos morando no Brasil com nossa família, decidimos nos mudar para os Estados Unidos quando uma oportunidade se abriu. Não estava em nossos projetos iniciais, mas a vida sempre nos prepara algumas surpresas ao longo do caminho.

 

Adaptações com a maternidade, adaptações culturais e não levou muito para que as adaptações profissionais também precisassem ser revistas.

 

Decidi largar o trabalho, um excelente emprego em um escritório de imigração nos Estados Unidos, para me dedicar mais aos filhos. Quis aqui usar o termo “excelente emprego”, pois foi exatamente a frase que mais ouvi quando disse que estava querendo deixar a carreira para viver uma nova fase. Quanto mais eu refletia, mais eu me dava conta que o que torna algo “excelente” passa por diferentes juízos de valor, pois sob minha ótica estava longe de me proporcionar qualquer sentimento do tipo.

 

Poderia trazer aqui vários clichês como: “faça o que você ama”, “busque sempre os seus sonhos”, “corra atrás dos seus objetivos” Mas seria tudo muito vago. Quero aproveitar este espaço para tocar a fundo alguém que possa estar passando por algo parecido.

 

A questão é aprender a se reinventar juntamente com a mudança que vamos passando ao longo da vida. Uma vez me deparei com a seguinte frase na internet (de um autor desconhecido): “Já parou para pensar quantas pessoas do seu passado conhecem uma versão sua que não existe mais?”.  E esta reflexão me fez indagar o seguinte: Você reconhece a nova pessoa que você se tornou com todas as experiências acumuladas ao longo da sua jornada ou ainda está presa a rótulos que te dão de uma pessoa que você já não é mais?! Você consegue reconhecer isso também?

 

Analisando todos os prós e contras da decisão, consegui entender que o “emprego tão sonhado” era o sonho que eu tive anteriormente. Ele não estava fazendo parte dos sonhos atuais. Eu precisei me despir dos rótulos que eu havia construído para mim mesma para poder rever a minha lista de sonhos e prioridades. E era a maternidade o que eu queria me dedicar no momento.

 

Não, não quero dizer aqui que uma mulher para ser realizada deve ser mãe. Nem muito menos que para ser uma boa mãe a mulher deve deixar seu emprego para cuidar de seus filhos. Mas sim que devemos fazer algo porque é nossa decisão e não por ser uma imposição da sociedade.

 

Pode ser que este meu sonho antigo volte, quem sabe! Mas o que eu quer dizer aqui é que sonhos devem ser sempre revistos. Avalie se aquele seu objetivo está sendo perseguido por persistência ou por teimosia.

 

Meu filho passou por dificuldades na adaptação da nova cultura (e eu também, em diferentes aspectos). Procurei por livros que abordassem a cultura brasileira e americana (como existe em relação à cultura mexicana e americana). Mas nada encontrei em minhas buscas. Então, decidi escrever as histórias que eu gostaria de ver. Eu estava determinada a que meu filho se sentisse representado no novo país e criei esta realidade através dos livros. As histórias traziam a fusão da cultura brasileira e da cultura americana em um mesmo cenário.

 

Os livros, em nossa família, tiveram um resultado tão positivo que eu amadureci a ideia de publicá-los. E assim surgiu minha nova versão: empreendedora. Sempre tive paixão pela literatura. Escrever sempre foi um hábito em minha vida, mas não imaginei torná-lo uma profissão algum dia.

 

Além de envolver as duas culturas, os livros são escritos nos dois idiomas (português e inglês). Adaptei as histórias para que pudessem representar a todos os brasileirinhos: 1) os que chegaram aos Estados Unidos e estão passando pelo processo de adaptação, 2) os que já moram aqui faz muito tempo e podem estar sem contato com a cultura brasileira e precisam resgatar suas raízes, 3) os que moram no Brasil e gostariam de estudar inglês com um material que desperte maior interesse por ter ali a sua realidade, facilitando a absorção do idioma.

 

Hoje me sinto feliz e realizada com a escolha que fiz de viver da escrita, daquilo que tem despertado tantas emoções em mim. Gostaria que toda mulher pudesse fazer o mesmo, ou seja, ser livre, ter o direito de ser feliz a sua maneira.

 

Felicidade é algo muito subjetivo. O que te faz feliz, não necessariamente, se aplica aos demais. Muitas mulheres lutam por seus direitos, mas esquecem dos direitos das outras em situações de luta diferentes da sua. Aquela que busca ser respeitada por sua escolha de parto (entre Cesária ou parto normal), crítica aquela que não amamenta, que, por consequência, debocha da forma como a vizinha se veste que, por sua vez, crítica a liberdade de escolha sexual da outra.

 

As mulheres precisam se unir. Não! Não é se unir “contra os homens”. É se unir para que consigam, finalmente, um dia atingir o mesmo patamar que os homens se encontram. Terem o mesmo respeito, direitos e, consequentemente, a tão desejada igualdade. Sim! Infelizmente, a igualdade entre homens e mulheres ainda é apenas uma previsão em lei que falta trilhar um longo caminho para que seja, efetivamente, uma realidade.

 

E ao mencionar a luta por igualdade, eu não poderia deixar de fora uma breve consideração sobre o termo “feminismo”. Engana-se quem pensa que feminismo é o oposto do machismo! Como bem explica Mário Sérgio Cortella, “machismo é a suposição de que o homem é superior à mulher. Feminismo não é a suposição de que mulheres são superiores. Feminismo é a crença de que homens e mulheres são iguais. Por isso feminismo não é coisa só de mulheres (pode haver mulheres machistas, assim como homens feministas)”.  E conclui seu o brilhante pensamento dizendo que o oposto de machismo jamais poderia ser feminismo, que o oposto de machismo deveria ser inteligência.

 

Mulheres, libertem-se destas amarras que nos foram empurradas por séculos de opressão. Por um mundo mais livre e leve! Que possamos expressar nossas essências e desenvolver nossas habilidades e vivenciar nossas experiências sem medo de decepcionar alguém, senão a nós mesmas.

 

Que possamos seguir na luta em busca do lugar da mulher na sociedade. E qual é esse lugar exatamente? Simples assim: onde ela quiser!

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