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"Vale a pena seguir, vale a pena tentar, planejar é importante, mas reconhecer o tempo de Deus é enriquecedor." 

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Texto por Renata Vieira de Sousa -  Dezembro de 2020

Projeto Mulheres Comunicativa Rio - Rio de Janeiro - BR.

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Me chamo Renata, sou Administradora... sempre fui muito “certinha” com meus planos de vida, sempre idealizei e me organizei para tal. Estudar, se formar, ter uma experiência no exterior, casar, ter casa, e ser mãe. Daí que o jogo virou!! Planejamos eu e meu esposo que após 2 anos de casados iriamos “encomendar” nosso baby, e não foi bem assim. Ambos tínhamos uma vontade imensa de sermos pais, pela vida, pela idade e principalmente pelo desejo de gerar um fruto nosso e poder ensinar e aprender com ele. Meu esposo desde sempre falava em ser pai, tinha esse desejo forte batendo no coração dele.

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Por que disse que o jogo virou? Porque começamos as tentativas, fui ao médico, fiz todos exames prévios simples, e estava tudo bem... agora era só treinar! Engravidei 3 meses depois de parar com a pílula, mas em 4 semanas perdi o bebê. Choramos muito, nós dois e nossos familiares mais próximos. Mas a luta seguiu, não poderíamos desistir, já que nos orientaram que perder o bebe na primeira gestação era normal. Após alguns meses, liberada novamente para tentar, engravidamos! Pensamento positivo, otimistas que agora daria certo... infelizmente perdemos mais uma vez. Mais choro, e agora um luto diferente, mais pesado, parecia uma pedra em cima de nós, pois a esperança da segunda gestação era gigante. Mas como casal nos unimos, vivemos nosso luto, choramos e nos abraçamos. Passei novamente por um procedimento, desta vez mais delicado e que teve de ser feito por duas vezes.

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Começaram então as consultas e investigações, fomos em três médicos diferentes, fiz exames mais complexos, pois agora teoricamente estaria fora da normalidade. Encontramos uma mutação genética, chamada MTHFR PARA TROMBOFILIA. Trombofilia é uma condição genética ou adquirida em que o sangue tem uma tendência maior de coagulação, promovendo menor circulação de sangue nos vasos sanguíneos uterinos e da placenta (https://paisefilhos.uol.com.br/blogs-e-colunistas/rodrigorosa/trombofilia-causa-comum-de-infertilidade-aborto-e-obito-fetal-pode-ser-evitada/). Seguem mais detalhes nesse link acima disponibilizado.

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Diante disso, sabia que quando engravidasse teria de me aplicar diariamente injeções de anticoagulante (enoxaparina). Pensa que a pessoa aqui vira a cara para coletar sangue, não posso ver uma agulha, e agora sabia que para ser mãe teria de aplicar em mim mesma injeções todos os dias da gestação. Foram 2 por dia até fechar o primeiro trimestre e depois mais uma por dia até o parto. Não foi nada fácil internalizar esta ideia... chorei, óbvio! Pensando nas aplicações, no esforço que estaria fazendo, mas o desejo de ser mãe e tornar meu esposo pai era muito maior. Assisti vídeos no YouTube, de mães aplicando, e com e tempo aquilo foi ficando cada mais leve e digerido o fato da auto aplicação seguimos na luta!

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Engravidamos pela terceira vez! E agora com o coração na mão, um misto de esperança controlada, porque só passando pela experiência e aplicando as injeções que saberíamos se era isso mesmo que estava gerando os abordos anteriores. Cada ultrassom um aperto no peito, e assim foi mês a mês vendo nossa "pitoca" crescer dentro de mim, coisa mais linda do mundo. As aplicações no começo eram mais doloridas, mas depois com o tempo e com a prática, foram ficando mais leves e naturais. Cada uma das 317 aplicações era um Santo Anjo rezado, porque não comentei nada de religião até então, mas a fé e acreditar que Deus sabe o que é melhor para nós, foi o que nos manteve firmes por todo este tempo.

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Seguimos firmes e fortes até o final da gestação. E compartilho que no decorrer da gestação, entendendo melhor sobre parto e cesárea, lendo e recebendo orientações da minha médica, tive certeza que tentaria o parto humanizado.

Agora falando um pouco sobre plano de vida, antes de contar como foi o parto!

Comecei falando que sempre planejei tudo, como administradora e uma chata da planilha e das anotações, rsrsrs, pensava que seria mãe em 2016, mas NÃO... nem tudo sai como planejamos e sim no tempo de Deus. Como é difícil de aceitar, mas é necessário. Não apenas para o plano de ser mãe, mas para qualquer outra coisa na vida que não saia como planejado. Confesso que para mim foi um aprendizado gigante, estes abortos me fizeram crescer como ser humano e como mulher. Estas perdas e ter de enfrentar a instabilidade, a vulnerabilidade que somos como seres humanos, o quanto não mandamos em tudo na vida, como Deus quem providencia cada acontecimento de nossa vida. Acreditar, manter a fé e seguir o sonho é essencial, independente dos obstáculos.

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Voltando ao parto... na medida em que a gestação avançava me convencia mais e mais de tentar um parto normal. Sabendo de todos os benefícios e consciente de que mais uma vez não dependeria apenas de mim, mas do bebê e também da vontade de Deus. Mas fui com a ideia de que faria tudo que estivesse ao meu alcance e seria o que era para ser... e assim foi, mais de 12h de trabalho de parto, sem anestesia alguma, conseguimos um parto humanizado na banheira, cheio de amor! E junto comigo meu esposo, sempre incentivando, segurando minha mão e falando com nossa filha. Veio então a Sofia, tão esperada, “planejada” e amada! Em 2019!

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Não entrando em detalhes doloridos, mas por fim ainda ficamos mais 9 dias no hospital em função da Sofia ter uma infecção e teve de fazer antibiótico... que dó e dor no peito, mas saímos de lá depois de todas estas fortes emoções, como uma família firmes e fortes, prontos a encarar os novos desafios como pais.

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Até então compartilhei as dores e desafios, mas isso não é nada depois com a filha nos braços, mamando em ti, te olhando no fundo do olho com uma ternura inexplicável. Nenhum sofrimento, desafio ou dor é maior do que o amor de ser mãe. A cada cólica, noite mal dormida, bico do seio rachado, cansaço ... só de olhar aquele pingo de gente já valia por tudo. Acredito que ter passado por tudo isso antes de ser mãe, me fez mais forte para enfrentar os desafios seguintes. Olhava cada coisa que acontecia de uma forma diferente, pensando, “o que é isso tão pequeno, frente ao amor de ter aqui comigo nossa filha”. A realização é maior do que tudo. Vale a pena seguir, vale a pena tentar, planejar é importante, mas reconhecer o tempo de Deus é enriquecedor. Tantos novos desafios que seguiram depois, como introdução alimentar, levar para creche com 4 meses e meio, voltar a trabalhar, viajar a trabalho. Tudo isso se paga na troca de olhar com a Sofia, no sorriso dela em nos ver.

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Então mulheres, tentantes, gestantes, profissionais, mães ou não... sigam suas metas, planejem, compreendam os imprevistos e percalços, não desistam, sonhem e sigam firme e fortes, com fé e perseverança. A experiência de viver e se enriquecer com cada desafio da vida é linda. Viver o hoje, sonhar com o amanhã e aceitar a vontade divina.

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